Portugal 2030: Que oportunidades para o Douro?

O início de um novo período de programação de fundos europeus foi o mote do segundo debate de um ciclo promovido pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial de reflexão sobre as oportunidades para dar resposta aos problemas complexos do Douro. Desta forma, a Liga continua a contribuir para uma reflexão sobre os temas centrais que se colocam ao seu desenvolvimento. Os oradores convidados e o debate suscitado sublinharam os problemas específicos do Douro e a necessidade de os instrumentos de política serem ajustados a esta especificidade e de as soluções envolverem a sociedade civil. A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, considerou que a mudança do território começa no próprio território. A título de exemplo, referiu que o sonho da linha do Douro será possível porque a sociedade se uniu e mobilizou. Miguel Cadilhe, complementou, sublinhando o papel da Liga na petição enviada à Assembleia da República em defesa da linha do Douro enquanto projeto estruturante para a Região.

A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial deu continuidade ao ciclo de debates em torno dos grandes desafios do Douro, escolhendo como tema “Portugal 2030: Que Oportunidades para o Douro?” O presidente sublinhou o papel da Liga, enquanto associação de intervenção cívica, o reforço do seu posicionamento ciente da sua responsabilidade enquanto representante da sociedade civil. A Liga tem contribuído para a salvaguarda, preservação e valorização dos atributos de Património Mundial do Alto Douro Vinhateiro, conforme reconhecimento da UNESCO. Apelou a que os durienses estejam à altura das responsabilidades e contribuam para cumprir o Douro, mantendo uma atitude pró-ativa e responsável na preservação do seu valor universal.

O presidente do município da Régua e da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM), José Manuel Gonçalves, enumerou alguns projetos estruturantes para a CIM no domínio das estruturas viárias, como a linha ferroviária do Douro e a navegabilidade do Douro. Apelou a que os montantes previstos para a qualificação da ligação ferroviária entre o Marco de Canavezes e a Régua, desviados para outros projetos ferroviários, voltem a ser contemplados no próximo ciclo de fundos estruturais. Referiu a importância da concertação da política local de natureza intermunicipal valorizando a nova figura das comunidades intermunicipais entendendo que a área territorial que lhe corresponde deveria ser mais valorizada e a base de uma nova circunscrição para fins eleitorais.

A intervenção do presidente da CCDR do Norte, António Cunha, incidiu em dois grandes desafios para o Douro. Por um lado, é essencial pensar soluções para responder ao cenário de alterações climáticas e, em particular, de um uso eficiente da água como bem escasso. Por outro lado, a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento económico que se traduza na criação de valor e na consequente redistribuição social. A nova estrutura legal das CCDR acabou de ser promulgada pelo Presidente da República sendo as direções regionais de agricultura integradas nas CCDR, o que representa uma oportunidade para novas políticas de natureza regional que terão reflexos positivos para o Douro.

No período de debate, Luís Ramos fez um balanço do Portugal 2020 e salientou a dimensão do investimento, que tem sido eminentemente público (central e local) havendo pouco investimento privado. Os investimentos de maior vulto continuam a ser canalizados para a viticultura e o turismo o que pode revelar que os instrumentos disponíveis para apoio à atividade privada podem não estar adequados à restante realidade socioeconómica do Douro, o que deve ser tido em conta no próximo período de programação. Há uma excessiva preocupação com a execução financeira e menos com o cumprimento dos objetivos. Sobre o atual fenómeno dos movimentos imigratórios, que se manifesta silenciosamente e sem regulação, recomendou que haja políticas de enquadramento e soluções de acolhimento de forma a evitar que possam suscitar conflitualidade social. 

Sandra Tavares da Silva falou em nome dos jovens empresários no Douro e sublinhou entre os principais desafios a quebra demográfica que assola a região e o reflexo na atração de mão-de-obra qualificada e a necessidade de se apostar em investigação aplicada, dando como exemplo a seleção de castas mais adaptadas às alterações climáticas. Referiu ainda que o Douro deve ser o destino das receitas que gere, designadamente do vinho, tendo em vista criar reputação dos seus produtos e marcas. 

Miguel Cadilhe fez um enquadramento sobre as variáveis que condicionam o desenvolvimento do Grande Vale do Douro reforçando a quebra demográfica e o modelo centralista reinante, apresentando indicadores que mostram que Portugal está bem no plano municipal, contrastando com o nível regional. Reforçou que a “sociedade civil” deve ter um papel relevante e, em particular no Douro, tratando-se de um bem cultural coletivo que tem valor de uso económico, mas que tem de ser devidamente preservado numa perspetiva intergeracional. Reforçou as propostas feitas pelo “Movimento pelo Interior”, nomeadamente um regime contratual de investimentos cujas propostas infelizmente tiveram pouco eco político. Defendeu a conceção de programas integrados, incluindo incentivos fiscais e financeiros que compensem os custos de contexto, bem como a disponibilidade de capital de risco.

O debate foi encerrado pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que salientou a importância da chancela UNESCO para a Região, a qual deve ser aproveitada e preservada, no sentido de criar valor no Douro, com a subsequente redistribuição social.  Frisou que a mudança do território começa no próprio território. A título de exemplo, referiu a aposta na linha do Douro que considera ser a “obra do desassossego” que será possível graças à mobilização dos durienses e o apoio dos autarcas.

O próximo debate deste ciclo será dedicado ao Turismo Sustentável, e terá lugar no Museu do Douro em 30 de setembro, com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda. Embora o número de visitantes no Douro não suscite os problemas e condicionalismos registados noutros bens inscritos na lista do Património Mundial da UNESCO, a evolução registada nos últimos anos exige antecipar estratégias para a sua sustentabilidade, sempre na perspetiva de preservação dinâmica e intergeracional do Bem.

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Ciclo de debates // Novos desafios para o Douro – Portugal 2030: Que oportunidades para o Douro?

Portugal 2030: Que oportunidades para o Douro?

Num momento em que se inicia um novo período de programação de fundos europeus, a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial vai promover no Museu do Douro na Régua um segundo debate inserido no ciclo de debates “Novos Desafios do Douro”.
Terá como mote o Portugal 2030 e as oportunidades que se perspetivam para o Douro que, a exemplo de outras regiões europeias, debate-se com problemas complexos que exigem uma discussão aberta e participada.
Desta forma, a Liga pretende contribuir para uma reflexão e perspetivar soluções para alguns dos temas centrais para o Futuro da Região do Douro.

Graças aos fundos europeus, o Douro oferece hoje melhores infraestruturas de saúde, de educação, de natureza social e de conetividade rodoviária. Contudo, o Futuro convoca novas dinâmicas para a Região, que passam pelo conhecimento e inovação, pela conetividade digital, mas também pela resposta às alterações climáticas e a preservação do bem.
A sustentabilidade económica e social da Região exige pensar estratégias que se traduzam no aumento do valor acrescentado do vinho e da paisagem, na criação de bens e serviços diferenciados de elevado valor e a aposta numa diversificada carteira de atividades económicas, considerando mercados cada vez mais globalizados e competitivos, o que reforça a aposta na inovação e o desenvolvimento de novos conceitos e marcas.

Os desafios do Douro passam também pela promoção do turismo e da gastronomia ligados a uma narrativa cultural, assente nas estruturas locais existentes e potenciando a marca UNESCO. Por outro lado, importa também refletir sobre a valorização do desenvolvimento sustentável aos quais a cultura adiciona um valor acrescido, mediante expressões culturais e práticas artísticas, a preservação do património material e imaterial, e a promoção da diversidade cultural.

É neste contexto que, como mote deste segundo encontro, a Liga identificou a discussão do “Portugal 2030 e as oportunidades que perspetivam para a Região”. Esta reflexão terá lugar no sábado, dia 20 de maio pelas 14 horas e 30 minutos no Museu do Douro na Régua, contando com a presença de especialistas neste domínio e pretendendo mobilizar os durienses para um tema e oportunidade da maior relevância para o futuro do Douro.

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Ciclo de debates // Novos desafios para o Douro – Que futuro para a ferrovia do Douro?

Que futuro para a ferrovia do Douro?

Refletir sobre os principais desafios do Douro é o mote de um ciclo de debates que a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial vai promover no Museu do Douro na Régua. A região do Douro, a exemplo de outras regiões europeias, debate-se com problemas complexos que exigem uma discussão aberta e participada, os quais devem ser discutidos sem limitações. Desta forma, a Liga pretende contribuir para uma reflexão sobre a região e perspetivar soluções para alguns dos temas centrais para o desenvolvimento da região.

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Serigrafias // Colecção Douro, 20 anos de Património Mundial

Teve início em 14 de dezembro de 2021, a celebração da importante efeméride dos 20 anos da inscrição, pela UNESCO, do Alto Douro Vinhateiro na lista de Património Mundial. 

Apesar dos importantes desenvolvimentos que o Alto Douro Vinhateiro teve ao longo dos últimos 20 anos, os desafios são enormes e o caminho da convergência com os padrões médios nacionais e europeus, ainda se revela muito longo.

Temos, contudo, de celebrar o que de positivo foi conseguido até à data, e assim, a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial propôs-se assinalar este importante momento da história da nossa região com uma iniciativa muito especial, única e de excelência.

Para o fazer, idealizamos a criação de uma coleção de serigrafias a que demos o nome de Coleção Douro, 20 anos de Património Mundial, resultado do contributo gracioso de 12 artistas com créditos firmados e cuja vida, de uma forma ou de outra, se tenha cruzado com o Douro. 

Esta coleção está prefaciada com um texto do Prof. António Barreto, nosso distinto Associado, num sobrevoo destes 20 anos de história, e a quem aqui também e formalmente, exprimimos o nosso agradecimento. 

A edição foi de apenas 50 serigrafias, com coordenação artística e técnica da responsabilidade de Joana Paradinha sempre em parceria com os artistas. 

Esta apresentação pública é feita em parceria com a Fundação Casa de Mateus, cujo papel na divulgação da cultura é por todos sobejamente conhecido e reconhecido.

Cada uma destas coleções estará agora disponível para venda pública, pois até à data era reservada exclusivamente aos Associados da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial. 

O produto da venda será destinado ao reforço do orçamento da Liga na prossecução e implementação da sua missão estatutária, ao serviço do Alto Douro Vinhateiro. 

Agradeço assim o empenho de todos os intervenientes neste processo, começando pelos colegas e amigos. António Filipe e Fernando Seara, grandes obreiros ideológicos desta colecção, e obviamente a cada um dos 12 artistas que ao Douro prestaram, à sua maneira, uma homenagem perene bem patente nas suas telas.

Como não poderia deixar de ser, um agradecimento especial à Fundação Casa de Mateus que, na pessoa da Teresa Albuquerque, de imediato abraçou este projecto, o que certamente também muito contribuirá para o seu sucesso.

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5.º Curso de Formação de Professores para a Preservação e Valorização do Douro Património Mundial

Dando continuidade ao projeto proposto pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM), no passado mês de julho, decorreu na UTAD o “5.º Curso de Formação de Professores para a Preservação e Valorização do Douro Património MundialDurante quatro dias, a preservação e valorização do Douro Património Mundial, que este ano celebra o seu 20.º aniversário sobre a atribuição da classificação pela UNESCO, partilharam-se informações, procedimentos e opiniões, cuja síntese anexamos.

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Evento // CONVERSAS 9ª Sessão “Às quintas no Douro”: “As arquiteturas da paisagem”, dia 1 de julho de 2021

Uma reflexão sobre o Douro Património Mundial.

Na próxima quinta-feira, dia 1 de julho, pelas 18h, até às 19:15h, decorrerá a 9ª Sessão do novo ciclo de conversas “Às quintas no Douro”. As arquiteturas que também são paisagens, vão ser ponto de partida a explorar numa conversa que conta com a participação de Robert Manners Moura, Natália Fauvrelle, Teresa Andresen, Carlos Fonseca e moderação de Fernando Seara.

Junte-se a nós através do link: Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85617814130

Uma iniciativa que conta com o apoio da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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Síntese // 8ª Sessão “Às Quintas no Douro”, “Identidade Cultural Duriense”, dia 17 de junho de 2021

No ano em que celebra o 20.º aniversário sobre a atribuição da classificação pela UNESCO, a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, com o apoio da UTAD, prosseguiu no Segundo Ciclo de Conversas “Às Quintas no Douro. Desta vez, incentivando uma partilha de opiniões sobre a existência de uma “Identidade Cultural Duriense”, contando com a participação de Alexandre Parafita, Rui Paula, Helena Gil, Manuel Carvalho, e moderação de Maria João Amaral, foi assim, que durante 1h:15m decorreu esta troca de ideias cuja síntese anexamos, assim como o Link do vídeo, onde poderá visionar a sessão na íntegra no YouTube https://youtu.be/ZLgs1ligVnA

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SÍNTESE // CONVERSAS “ÀS QUINTAS NO DOURO”, 7ª SESSÃO DIA 27 DE MAIO 2021: “O DESAFIO DA DEMOGRAFIA”

A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, com o apoio da UTAD, iniciou o segundo ciclo de “Às Quintas no Douro”, no ano em que celebra o 20.º aniversário sobre a atribuição da classificação pela UNESCO.  No passado dia 27 de maio, “O Desafio da Demografia” foi o ponto de partida para mais uma conversa que contou com a participação de Ricardo BentoCélia RamosVeneranda BarbosaRui Azevedo e moderação de Artur Cristóvão.

Aproveitamos para anexar a Síntese desta sessão e divulgar o Link do vídeo, onde poderá visionar a sessão na íntegra no YouTube: https://youtu.be/L4LBMvNvF-Y

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EVENTO // CONVERSAS “ÀS QUINTAS NO DOURO”, 7ª SESSÃO DIA 27 DE MAIO 2021: “O Desafio da Demografia”

No dia 27 de maio, pelas 18h, até às 19:15h, voltamos a sonhar o Douro com o ciclo de conversas “Às quintas no Douro”. Desta vez, vamos abordar um tema que tanto diz à região do Douro, “O Desafio da Demografia”. Ponto de partida para mais uma conversa que conta com a participação de Ricardo BentoCélia RamosVeneranda BarbosaRui Azevedo e moderação de Artur Cristóvão.

Junte-se a nós através do link: Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85617814130

Uma iniciativa que conta com o apoio da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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